A pergunta ressoa em muitos corações: como os jogos de azar, amplificados por plataformas como o “Jogo do Tigrinho” e a Blaze, estão impactando o Brasil? A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets, instaurada no Senado, busca respostas, investigando a explosão das apostas online, possíveis crimes como lavagem de dinheiro e o papel de influenciadores digitais. Neste estudo, mergulharemos no contexto atual da CPI, os famosos envolvidos e, sob a perspectiva reformada, ofereceremos uma reflexão bíblica sobre os jogos de azar, apontando caminhos para uma vida que glorifique a Deus.
O que é a CPI das Bets e o Contexto Atual no Brasil?
A CPI das Bets foi criada em novembro de 2024 no Senado Federal para investigar a crescente influência das apostas online, como cassinos virtuais (ex.: Jogo do Tigrinho, Blaze) e apostas esportivas de quota fixa, conhecidas como “bets”. Seu objetivo é apurar o impacto dessas plataformas no orçamento familiar, possíveis associações com organizações criminosas, lavagem de dinheiro e o papel de influenciadores na promoção desses jogos. Prorrogada até junho de 2025, a CPI já realizou audiências marcantes, com depoimentos de representantes de casas de apostas e celebridades digitais.
Contexto dos Jogos de Azar no Brasil
Os jogos de azar, como caça-níqueis e cassinos, são proibidos no Brasil desde 1946, sob a Lei de Contravenções Penais, devido a preocupações morais e sociais. No entanto, a Lei 13.756/2018 legalizou as apostas de quota fixa (bets), permitindo plataformas online regulamentadas. A Lei 14.790/2023, implementada em 2023, trouxe regras mais rígidas, exigindo que empresas paguem R$ 30 milhões por outorga e sigam normas contra ludopatia (vício em jogos). A lista final de bets autorizadas foi publicada em janeiro de 2025, excluindo jogos como o Fortune Tiger (“Jogo do Tigrinho”), considerado um caça-níquel ilegal.
Apesar da regulamentação, o Jogo do Tigrinho, desenvolvido pela Pocket Games Soft, e plataformas como a Blaze ganharam popularidade, impulsionados por influenciadores. Esses jogos, hospedados em servidores clandestinos, são criticados por enganar usuários com promessas de ganhos fáceis, levando a perdas financeiras devastadoras. Um estudo da Confederação Nacional do Comércio (CNC) revelou que, entre junho de 2023 e 2024, brasileiros gastaram R$ 68 bilhões em bets, impactando o consumo e aumentando a inadimplência.
A Explosão das Apostas Online
A acessibilidade dos jogos via celular, combinada com a publicidade agressiva de influenciadores, alimentou uma “pandemia do vício”. O Jogo do Tigrinho, um caça-níquel digital, atrai principalmente mulheres, enquanto as bets esportivas são populares entre homens. Relatos de divórcios, endividamento e até venda de bens, como casas, ilustram o impacto social. O Banco Central apontou que beneficiários do Bolsa Família gastaram R$ 3 bilhões em bets via Pix em agosto de 2024, levantando alertas sobre vulnerabilidade econômica.
A CPI em Ação
A CPI realizou suas primeiras oitivas em novembro de 2024, ouvindo policiais e representantes de casas de apostas, como Fernando Oliveira Lima, ligado ao Jogo do Tigrinho, e CEOs da Sportingbet e Bet Nacional. A relatora, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), destacou a necessidade de aprimorar a legislação para proteger os brasileiros. A CPI também investiga esquemas de lavagem de dinheiro, como a empresa Playflow, que teria movimentado R$ 2,5 bilhões em operações fraudulentas.
Famosos Envolvidos na CPI das Bets
A CPI convocou diversos influenciadores e celebridades por sua associação com plataformas de apostas, muitos recebendo cachês milionários para divulgação. Alguns nomes destacados incluem:
- Virgínia Fonseca: Com 52 milhões de seguidores, foi ouvida em maio de 2025. Negou lucrar com perdas de seguidores, afirmando seguir regras do Conar. Um contrato com a Esportes da Sorte, revelado pela revista Piauí, indicava que ela recebia 30% das perdas dos apostadores, além de R$ 50 milhões adiantados. Atualmente, tem um contrato de R$ 29 milhões com a Blaze.
- Rico Melquiades: Ex-participante de A Fazenda, demonstrou o funcionamento do Jogo do Tigrinho em plenária, a pedido da CPI. Negou envolvimento com contas demo (que simulam ganhos fictícios) e afirmou alertar seguidores sobre os riscos.
- Deolane Bezerra: Investigada por lavagem de dinheiro, foi liberada pelo STF de comparecer à CPI. É suspeita de associação com a Esportes da Sorte, alvo de operações policiais.
- Gusttavo Lima: Convocado como investigado devido a uma viagem com sócios da Vai de Bet, teve prisão decretada, mas estaria em Miami. A CPI solicita relatórios do Coaf sobre suas finanças.
- Felipe Neto: Convidado a esclarecer sua relação com a Blaze, para a qual fez propagandas. Outros nomes, como GKay, Jojo Todynho, Tirulipa, Viih Tube, Eliezer, Rodrigo Mussi, Felipe Prior e Jon Vlogs, também estão na mira.
A convocação de famosos reflete a preocupação com o “cachê da desgraça”, prática em que influenciadores recebem comissões baseadas nas perdas dos apostadores, incentivando o vício.
Críticas e Desafios
A CPI enfrenta críticas por focar em influenciadores enquanto grandes operadores de bets escapam de escrutínio. Posts no X sugerem que o Senado, que aprovou a legalização das bets, agora realiza uma “cruzada” seletiva contra figuras públicas menores, evitando confrontar líderes de grandes empresas ou entidades como a CBF. Além disso, muitos convocados recorrem ao STF para garantir o direito ao silêncio, dificultando investigações.
Estudo Bíblico: O que a Bíblia Diz sobre Jogos de Azar?
A Bíblia não menciona diretamente jogos de azar, como o Jogo do Tigrinho ou bets, mas oferece princípios claros que nos guiam sobre como lidar com dinheiro, tentações e a busca por riquezas. Sob a perspectiva reformada, examinaremos esses princípios, aplicando-os ao contexto atual das apostas online.
1. A Soberania de Deus e a Mordomia
A Bíblia ensina que Deus é o dono de tudo. “Do Senhor é a terra e tudo o que nela há” (Salmos 24:1). Como mordomos, somos chamados a usar os recursos que Ele nos dá com sabedoria, para Sua glória. Jogos de azar, que dependem da sorte e frequentemente levam à perda, contradizem a mordomia fiel. “Quem é fiel no pouco, também é fiel no muito” (Lucas 16:10).
João Calvino, em Institutas da Religião Cristã, alerta que buscar riquezas fáceis reflete desconfiança na providência divina. No Brasil, Hernandes Dias Lopes, em seus comentários, observa que a febre das bets revela um coração que idolatra o dinheiro, em vez de confiar em Deus.
2. O Perigo da Ganância
A Bíblia condena a ganância, que alimenta os jogos de azar. “O amor ao dinheiro é a raiz de todos os males” (1 Timóteo 6:10). O Jogo do Tigrinho e plataformas como a Blaze exploram a ilusão de ganhos rápidos, levando muitos a perderem tudo. “Os que querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas” (1 Timóteo 6:9).
Charles Spurgeon, em seus sermões, comparava a ganância a um fogo que consome a alma. No contexto atual, a promessa de “dinheiro fácil” em propagandas de influenciadores é uma armadilha que desvia o coração de Deus.
3. O Chamado à Contentação
Deus nos exorta a encontrar satisfação nEle, não em riquezas. “Contentai-vos com o que tendes, porque ele disse: Não te deixarei, nem te desampararei” (Hebreus 13:5). A ludopatia, reconhecida como vício pela OMS, reflete a insatisfação que leva muitos a apostar compulsivamente, destruindo famílias e finanças.
J. I. Packer, em O Conhecimento de Deus, ensina que a verdadeira paz vem de descansar em Deus, não de buscar fortunas passageiras. No Brasil, Franklin Ferreira, em Teologia Sistemática, destaca que a contentação bíblica é um antídoto contra a cultura de apostas.
4. O Amor ao Próximo
Os jogos de azar frequentemente exploram os vulneráveis, como beneficiários do Bolsa Família, que gastam recursos essenciais em bets. A Bíblia nos chama a amar o próximo (Levítico 19:18) e proteger os fracos. Influenciadores que lucram com as perdas alheias, como no “cachê da desgraça”, violam esse princípio.
Thomas Watson, puritano do século XVII, dizia que lucrar às custas do sofrimento alheio é um pecado contra a caridade cristã. Augustus Nicodemus, em O que é a Bíblia?, alerta que os cristãos devem rejeitar práticas que exploram os pobres.
5. A Tentação da Idolatria
Jogos de azar podem se tornar ídolos, desviando o coração de Deus. “Guardai-vos dos ídolos” (1 João 5:21). A obsessão por apostas, como relatado em casos de divórcio e endividamento, mostra como o desejo de ganhar substitui a confiança em Deus.
John Piper, em Desiring God, argumenta que qualquer coisa que tomemos como fonte de alegria além de Deus é idolatria. No contexto das bets, o vício reflete um coração que busca no jogo o que só Deus pode dar.
Aplicações Práticas para o Cristão
Como viver à luz desses princípios em um mundo saturado por jogos de azar?
- Pratique a Mordomia: Gerencie suas finanças com sabedoria, priorizando necessidades e investindo no Reino de Deus (Mateus 6:33).
- Resista à Ganância: Ore por contentação e confie na provisão divina, rejeitando promessas de riquezas fáceis.
- Proteja os Vulneráveis: Conscientize outros sobre os riscos das bets e apoie políticas que combatam a ludopatia.
- Examine o Coração: Pergunte-se: minhas escolhas glorificam a Deus ou refletem idolatria? “Examine-se o homem a si mesmo” (1 Coríntios 11:28).
Livros Recomendados para Aprofundar o Tema
Para refletir mais sobre mordomia, ganância e a fé cristã diante das tentações modernas, recomendo:

Teologia Sistemática – Wayne Grudem
Explora a providência de Deus e a mordomia cristã, oferecendo uma base sólida para resistir à ganância. Ideal para estudo doutrinário.

Riqueza, a prosperidade que vem de Deus – Hernandes Dias Lopes
Examina o uso bíblico das finanças, com aplicações práticas para evitar armadilhas como os jogos de azar.

Bíblia de Estudo Reformada – Vários Autores
Com notas de R. C. Sproul, esclarece passagens sobre contentação e idolatria, ajudando na aplicação bíblica.
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Solus Christus.